terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Porquê Deus existe, porquê não e onde fica Carl Sagan nessa história toda

Como é possível que nenhuma grande religião tenha olhado para a ciência e concluído: ‘Isso é melhor do que pensávamos! O Universo é muito maior do que nossos profetas pregaram, mais grandioso, mais gracioso e mais elegante. Deus deve ser até mesmo maior do que sonhamos’? Em vez disso, elas dizem ‘Não, não, não! Meu deus é um deus pequeno.’ – Carl Sagan

Acho tolice dizer que Deus existe. Mas talvez seja uma tolice ainda maior dizer o contrário.

Se existe, certamente não é da forma que nós, microorganismos neste vasto universo, pensamos. Se não existe, não vai fazer diferença nenhuma mesmo.

Carl Sagan foi um cientista único nessa questão de ciência contra a religião. Uma de suas frases que mais me marcou, além daquela lá de cima, foi: “O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente.”

Se não tivesse sentido, o universo não teria passado por tantos estágios diferentes. Para limitar-se ao nosso Planeta... já foi nada, depois gases, rochas, bola de fogo, bola de neve e um tanto de outras coisas antes de abrigar a vida. Se não tivesse vida, que diferença faria para o universo? Talvez, alguma. Muito provavelmente, nenhuma. A diferença da vida só faz diferença para quem está vivo, tendo em vista que vida é a consciência de se estar vivo. “Penso, logo existo”, como diria Descartes.

Então, para citar Sagan novamente, “a vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo, e é triste que tantos se desgastem sonhando com fantasias espirituais.”

Mas de que adianta falar sobre tudo isso? Quem acredita, encontrará milhões de motivos para acreditar. Quem não acredita, outros milhões.

Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar – Carl Sagan.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Deus, o Grande Barbeiro.

Sabiam que de minha estreita relação com Deus, sabiam de meu relacionamento privilegiado com o criador, e que diariamente falo com Ele e que Ele fala comigo.
Mesmo sabendo disso, ou exatamente por saberem disso perguntaram-me:
– Porque o homem precisa de Deus?
Antes de qualquer outra coisa tenho que pontuar um par de coisas importantes para o norteamento deste pensamento:
1. Deus é uma pessoa.
2. Deus é o criador de todas as coisas.
Talvez esta não seja a ordem, contudo não quis considerar a maior ou menor importância destas afirmações, o fato fechado é que são absolutamente fundamentais, e não posso pensar na idéia de Deus sem estes preceitos, além do mais, estabelecendo isso evito ficar elencando motivos e listando razões e fatos aleatórios. Fazer isso seria uma boa, mas fica pra uma próxima.
Comparo Deus a um pai, ou a uma mãe, daqui pra frente vou classificar como pai simplesmente, mas a idéia exata está mais próxima dos pais, mãe e pai, do que apenas da figura masculina. É possível dispensar os préstimos de um pai? Abrir mão daquilo que um pai legítimo pode oferecer aos seus filhos?
É evidente que para estabelecer uma relação de paternidade com alguém, seja ele quem for, é preciso posicionar-se, posicionar-se e permanecer na posição. No caso da paternidade divina esta posição é feita de duas coisas, nesta ordem: Fé e amor.
Pensar na função ou utilidade de Deus é como pensar na ação de um pai no decorrer de toda vida de uma pessoa.
Pra começar toda criatura é fruto de uma criação a qual depende de um criador parque haja de fato. Um filho pressupõe um pai.
O pai cria, provê, protege, auxilia, ensina, encaminha, orienta, exorta, corrige e apóia entre outras várias coisas que faz pelos seus filhos. Minha experiência como filho e como pai me diz que isso é uma daquelas coisas que parecem estar corretas e estão corretas, digo que não há engano nisso!
Filhos precisam de um modelo de aparência moral, coisa que naturalmente os filhos buscam na pessoa do pai. Pense num filhote de falcão, por exemplo, ele não escolheria saltar do ninho feito na encosta da montanha por conta própria, isso é coisa do pai, por ele ficaria no ninho indefinidamente e com isso jamais voaria.
É evidente e claro que para o homem ter um pai como Deus é uma questão de escolha. Lanço mão de um exemplo sobre o acreditar e dispor de Deus como pessoa e como a pessoa de um pai:

Um homem conversa com seu barbeiro enquanto este lhe corta a barba, conversam sobre a situação atual do mundo, guerras, desordem, violência, fome, miséria. Em certa altura da conversa o barbeiro disse:
- Sabe, pensando bem não acredito que exista um Deus como aquele que aprendi que existia em minhas aulas na escola dominical.
- Mas porque está falando isso? Perguntou o homem com espuma no rosto.
- Oras como posso acreditar que haja um Deus que nos ama e que criou tudo e que deixa todas estas barbaridades acontecerem pelo mundo? Que pai é este? Indignado brandiu a navalha no ar.
Naquele momento o cliente não respondeu nada, compreendeu a indignação do barbeiro e posicionou-se solidário a ele, mas deixou claro não concordar que não houvesse Deus, apesar disso não entrou nesta discussão, afinal o homem tinha uma navalha que cortava até pensamentos.
Acabando o serviço, despediram-se muito educadamente, como de costume. O cliente saiu da barbearia foi pensando naquela coisa de que não existia Deus, e tudo mais o que o barbeiro, seu amigo de muitos anos, havia dito.
Andado pela calçada viu vários homens com os cabelos e barbas compridos e despenteados, lembrou-se do amigo da barbaria, voltou lá e ao entrar disse:
- Sabe, pensando bem não acredito que existam barbeiros nesta cidade.
Assustado o barbeiro diz:
- Como assim? Eu estou aqui o dia todo, como pode dizer que não existo?
- Oras como posso acreditar que existam barbeiros se andando pelas calçadas daqui só se vêem homens com os cabelos e as barbas compridas e despenteadas?
- Mas como posso fazer algo se estes homens não vêm a mim?Se vierem poderia cortar-lhes cabelos e barbas, e digo mais, se vierem numa boa poderia até fazer desconto ou não cobrar pelo serviço, conforme o caso!
(!!!)

Em minha opinião é exatamente isso que ocorre com o homem, Deus está lá, pronto para cortar a barba e cabelos de quem se dignar a entrar em seu salão e sentar-se em sua cadeira de barbeiro.